CATARInaEUROPA

De viagem por Budapeste, Praga, Viena, Berlim e Bratislava

sábado, agosto 12, 2006

Bratislava


Em Viena apanhei o autocarro das 9 horas para Bratislava. Demora apenas uma hora e meia.
A primeira visao da capital da Eslovaquia e desoladora. A estacao de autocarros fica apenas a 1 km do centro da cidade e esse caminho mostra predios recentes mas com aspecto degradado e sujo, ruas desertas, e aquele genero de comercio tipico dos suburbios que, em qualquer cidade do mundo, e preciso palmilhar muito para encontar. Exemplos? Lojas com artigos ortopedicos, lojas especializadas em mapas e outras que vendem perucas!
Passando o arco que da para a Praca da Camara Municipal entramos noutra realidade. A semelhanca de Praga, o centro historico de Bratislava descobre-se a partir de uma Praca Central (mais pequena que a de Praga) e de ruelas circundantes so para peoes. Com a grande diferenca que as ruas sao mais largas, organizadas e livres de multidoes de turistas. Cada porta e um cafe, uma loja ou um palacio/igreja, todos muito bem cuidados, limpos, com bom gosto e simplicidade. Os cafes sao modernos e as lojas mostram as ultimas tendencias da moda de Paris ou Nova Iorque. Tudo isto combina na perfeicao com a pequena vila que nos da uma sensacao de "cidade das bonecas".
A medida que o dia avanca, a Praca Central enche-se de gente que passeia, se senta nos bancos publicos ou prefere a esplanada de um cafe. Os precos desta cidade tudo permitem! Na esplanada do mais antigo cafe de Brastislava, com vista previligiada sobre a Praca, tomo uma bica por 1 euro. Mais tarde, almoco no mercado (provo o prato tipico da Eslovaquia, uma genero de uma massa com natas de cabra e bacon frito) por 2 euros. Ao lanche opto por um gelado, um cone de tres sabores a derreter pela baunilha abaixo, que me custa 0,80 euros.
Subo ao Castelo que tem uma vista linda sobre o Danubio - tambem aqui nada azul - e sobre a parte nova da cidade, para la da ponte. Com a entrada da Eslovaquia na UE em 2004, abriu-se a porta da liberalizacao dos precos e o pais comecou a ser invadido por grandes cadeias de lojas, shopings e outras grandes superficies. Grande parte ainda esta em construcao.
No Castelo tento apanhar um autocarro para Slavin, o cemiterio dos soldados russos mortos durante a II Guerra Mundial. Todas as pessoas a quem pergunto como posso la chegar acham estranho o meu desejo de la ir, e ninguem me sabe informar qual e o autocarro.
Entro num establecimento, que penso ser um banco, e la consigo a informacao. Pela primeira vez ando ao crava, porque nao consigo comprar bilhete. Arrisco!
A medida que o autocarro sobe a rua torna-se cada vez mais deserta. Desco na ultima paragem mas tenho ainda de percorrer cerca de 400 metros a pe por uma rua com casas lindissimas e modernas que me fazem lembrar os bairros das vedetas de Hollywood que se vem nos filmes americanos. Nao e por acaso. Ao fim da rua fica a embaixada dos E.U.A. Mais uma vez nao ha ninguem na rua senao eu.
Finalmente alcanco o Memorial. A entrada cruzo-me com um homem que me parece um sem abrigo e que me acompanha durante toda a visita falando-me sempre em eslovaco (acho eu!). Somos as unicas pessoas la. Nao se ouve nada e o local e grandioso. Tem, de certeza, a melhor vista sobre Bratislava. Valeu bem o esforco de la chegar.
Digo adeus ao senhor, que volta a deitar-se num canto, e comeco a descer. Sao horas de apanhar o autocarro de volta a Viena.

1 Comments:

At 12:56 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Quanto mais leio as tuas crónicas, mais razão dou ao Pablo Neruda quando escreveu que "Morre lentamente quem não viaja..."
E afinal até basta ler o que escreve um viajante para nós próprios morrermos um bocado mais lentamente:-)
Boas viagens. Beijocas.
João Pinho

 

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